Moda e beleza

Redação com Estadão Conteúdo e Folhapress

“Moda política” e novos estilistas marcaram o 46º SPFW; veja os destaques

Redação com Estadão Conteúdo e Folhapress
29/10/2018 17:27
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Foto: Agência Fotosite

Marcada por desfiles que trouxeram à tona questionamentos políticos, a 46ª edição da Semana de Moda Paulista despertou novos olhares e percepções para o assunto.
Veja alguns destaques do evento, que ocorreu entre os dias 21 e 26 de outubro:

Moda política

Não há coleção do mineiro Ronaldo Fraga que não seja política. Do casting, sempre formado por pessoas de idades e corpos variados, à criação artística, o estilista faz questão de se posicionar criticamente sobre algum assunto. Neste SPFW, o tema de seu desfile foi a tolerância.
“Em Tel-Aviv, entrei em um café e vi uma faixa com um texto em hebraico. Perguntei o que significava e me explicaram que ali, ao sentarem juntos um árabe e um judeu, a mesa recebia 50% de desconto”, conta Fraga.
Essa situação foi representada quase que literalmente na passarela, que tinha uma grande mesa no centro. “Comecei a olhar ao entorno e perceber uma vida totalmente à parte da briga política e religiosa. Estavam ali casais héteros e gays, de árabes e judeus, vivendo de forma totalmente independente do que a gente imagina, que seja aquilo quando estamos de fora.”
Nas roupas, o jeans foi o protagonista da coleção – segundo o estilista, um material democrático para todas as idades. Os acessórios – entre eles, as bolsas de couro da marca curitibana Yë, misturaram elementos das indumentárias típicas dos judeus e dos palestinos; mais uma prova de que a harmonia entre as diferenças é capaz de proporcionar paz.
Foto: Zé Takahashi / Agência Fotosite
Foto: Zé Takahashi / Agência Fotosite

Novas marcas

Olhar a roupa e entender que ela veste homens e mulheres, valorizar o tempo de confecção de cada peça, ressignificar o que é considerado “sexy” na moda. Estas foram algumas questões levantadas pelas marcas que desfilaram nas passarelas do Projeto Estufa, o espaço de novos talentos do SPFW.
O principal conceito da Korshi, dos jovens designers Pedro Korshi e Albner Moreira, é ampliar as possibilidades de uso de uma peça. Um exemplo é a funcionalidade que surge através de botões de pressão que, quando combinados de diferentes formas, criam novas peças, como o macacão, que se transforma em capa, vestido e casaco.
A missão da Korshi é dar novas funcionalidades às peças de roupa. Foto: Zé Takahashi / Agência Fotosite
A missão da Korshi é dar novas funcionalidades às peças de roupa. Foto: Zé Takahashi / Agência Fotosite
Marcas como Mipinta e Piet, por outro lado, dão nova cara ao guarda-roupa convencional a partir de experimentações com modelagens – onde um forro amarelo de um blazer cinza se projeta em babados, por exemplo – e novas possibilidades de cores para a moda masculina.
O designer Lucas Leão se inspira em uma recriação do militarismo, onde a roupa é usada sem restrições por homens e mulheres. Já a Cacete Company, dos estilistas Raphael Ribeiro e Tiago Carvalho, apresenta uma coleção que questiona a cultura do erótico. Os dois buscam inspiração no mundo underground para criar peças com pegada sportwear em uma cartela de cores predominantemente preta com toques de verde, cinza e nude.
Da esquerda para a direita: Victor Hugo Mattos, Mipinta, Piet e Cacete. Fotos: Agência Fotosite.
Da esquerda para a direita: Victor Hugo Mattos, Mipinta, Piet e Cacete. Fotos: Agência Fotosite.

Beachwear para todos os corpos

A marca Água de Coco fechou os desfiles do SPFW com uma coleção que combinou referências tropicais com estampas românticas, cartela de tons neon e uma homenagem ao icônico personagem Mickey Mouse, da Disney, que completa 90 anos em novembro.
O casting foi composto por diferentes biotipos, da top Carol Trentini a duas modelos plus size. Também desfilaram nos trajes de banho grávidas e um modelo masculino.
Fotos: Agência Fotosite
Fotos: Agência Fotosite
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