Exposição ao óleo das praias no NE, a longo prazo, pode causar câncer
Estadão Conteúdo
26/10/2019 09:46
Contato prolongado com substância tem risco de câncer. Cartilha faz alerta de cuidados para voluntários que auxiliam na limpeza das praias. Foto: Leo Malafaia / AFP. | AFP
Mas a cartilha não especifica qual o período de exposição necessário para surgirem doenças mais severas. Segundo especialistas, consequências graves são mais comuns entre aqueles com contato crônico, como trabalhadores do setor petroquímico.
Nos últimos dias, voluntários e pescadores têm relatado sintomas como dor de cabeça, náuseas e tontura – reações a curto prazo também listadas no material do governo. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco havia registrado, até quinta-feira (24), 19 casos de intoxicação com suspeita de relação com o óleo.
A cartilha recomenda ainda que profissionais de saúde registrem casos suspeitos e confirmados de intoxicação exógena no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou anteontem que não há alerta do governo e que ainda serão feitos estudos sobre os efeitos do óleo na cadeia alimentar.
Pescado
Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que não há proibição para a comercialização de pescados do Nordeste, mas “autoridades estaduais podem definir restrições” diante da situação específica de cada localidade.
Empresas do setor de pescado afirmam que não há risco para consumidores de outras regiões. Peixes vendidos para São Paulo e Estados vizinhos, por exemplo, são criados em cativeiro ou vêm de locais não afetados pela mancha de óleo no Nordeste.