Duas crianças morreram na última semana pela doença meningite, em Curitiba, no Hospital Pequeno Príncipe. Os médicos acreditam que, embora as crianças tenham recebido a vacina Pneumo10 (que protege contra a doença), ou elas foram contaminadas por uma variação da bactéria pneumococo que a vacina não protege ou elas teriam um sistema imunológico deficiente, que prejudicou a proteção básica.
“A bactéria pneumococo tem vários tipos e alguns não são protegidos pela vacina Pneumo10. Tirando a possibilidade de as crianças terem uma imunodeficiência, em que a vacina não daria resultado, elas podem ter se infectadas por esses tipos diferentes da bactéria, que desencadeou a doença”, explica Victor Horácio, médico pediatra do hospital, em entrevista ao Viver Bem.
É importante lembrar que esses foram dois casos isolados e que a falta de efeito da vacina pode ter sido uma das causas – não necessariamente a causa efetiva da doença. “Devemos lembrar que o Programa Nacional de Imunização Brasileiro é um dos mais completos de mundo e o que aconteceu nesses casos fatais deve ser interpretado por nós médicos como uma exceção.Não estamos tendo surto e tão pouco sabemos o sorotipo do pneumococo para afirmarmos alguma coisa pejorativa referente a pneumo 10. Lembro que a partir da inclusão dessa vacina no calendário do SUS o número de casos de infecção pelo pneumococo reduziu drasticamente”, explica Horácio.
Nesta semana, Curitiba teve uma mudança importante de temperatura, o que predispõe as crianças à doenças infecto-contagiosas, como gripes, meningites e até mesmo pneumonia. “Quando as crianças ficam muito em ambientes fechados, predispõe à infecção. Não só pela bactéria, mas por vírus também. Antes dos dois anos de idade, a chance de desenvolver a doença é grande, por isso o cuidado dos pais é redobrado”, ressalta o pediatra.
Como evitar a meningite ou pneumonia?
Dos alertas do médico pediatra contra meningite e pneumonia, confira os principais:
1) Mantenha uma boa alimentação;
2) Evite ambientes muito fechados;
3) Dê a vacina Pneumo10, disponível em postos de saúde gratuitamente e, se tiver condições, a vacina 13 Valente, disponível apenas em clínicas particulares.
Sequelas
Tanto a meningite quanto a pneumonia podem deixar sequelas graves, como paralisia cerebral, no caso da meningite, e insuficiência respiratória, na pneumonia. A criança pode, inclusive, ir à óbito por conta da doença.
“O importante é fazer o diagnóstico precoce da doença. Se o pai suspeitar de meningite ou pneumonia, e a criança estiver em um estado geral ruim, leva à unidade básica de saúde mais próxima de casa, que de lá será encaminhada ao hospital, se for o caso. Caso contrário, leve ao consultório do pediatra”, reforça o médico pediatra Victor Horácio.
Mais informações sobre as vacinas?
No fim da tarde desta sexta-feira (7), o
Hospital Pequeno Príncipe divulgou uma nota em que esclarece algumas dúvidas comuns de mães e pais com relação a vacinação e às doenças citadas. Confira!
“Diante das diferentes informações publicadas em rede social no dia de hoje, 7 de abril de 2017, por iniciativa individual de um profissional, o Hospital Pequeno Príncipe esclarece:
– Atualmente, existem dois tipos de vacinas disponíveis para combater a infecção pneumocócica (responsável por pneumonia, meningite e otite, entre outros), as vacinas pneumocócicas 10 valente (VPC 10) e 13 valente (VPC 13).
– Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), a vacina VPC 10 previne 70% das doenças graves causadas por 10 diferentes tipos de pneumococos (bactérias).
– Já a vacina VPC 13, previne em média 90% das doenças graves causadas por 13 tipos de bactérias.
– As duas vacinas são licenciadas pela ANVISA e ambas são consideradas adequadas ao perfil epidemiológico (das doenças) no Brasil.
– Ambas são feitas com bactérias inativadas, portanto, não podem causar a doença.
– Elas são indicadas para crianças entre 2 meses e 6 anos e pacientes de grupo de risco.
– O Plano Nacional de Imunização (PNI) adotado no Brasil possui um dos calendários mais completos do mundo e o país é líder na América Latina no campo da vacinação. O PNI indica aplicação da VPC 10 em duas doses (2 e 4 meses) e reforço, preferencialmente, aos 12 meses. Crianças entre 12 meses e 4 anos, que não tenham tomado as duas doses iniciais, têm acesso, gratuitamente, à dose única.
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