Saúde e Bem-Estar

Polvos de crochê “acalmam” bebês internados em hospitais de Curitiba

Talita Boros Voitch
27/04/2017 08:00
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Vinícius, filho da Amanda Bentes Pinheiro, dorme abraçado com o polvo de crochê que ganhou (Foto: arquivo pessoal)

Um projeto dinamarquês para fazer os bebês prematuros se sentirem mais seguros e confortáveis em incubadoras tem inspirado iniciativas mundo afora. A ideia é simples: dar aos bebês polvos de crochê. Os responsáveis pelo projeto afirmam que ao abraçarem os polvos e sentirem os tentáculos do brinquedo, os bebês remetem ao cordão umbilical e se tranquilizam. Em Curitiba, a Maternidade Curitiba é pioneira ao colocar a ideia em prática.
Há uma semana, os bebês internados na UTI neonatal da maternidade recebem os polvos. “Ainda é cedo para determinar resultados, mas conseguimos perceber que eles ficam mais calmos”, afirma a coordenadora da UTI, Ana Bruna Sales. Atualmente, quatros bebês estão internados na UTI e participam do projeto.
Segundo Ana Bruna, objetivo do projeto é terapêutico: com os bebês se sentindo mais seguros e confortáveis, eles consigam se desenvolver melhor. “O reflexo dos bebês é agarrar o que veem na frente. E muitas vezes é a sonda que está no braço. O polvo também serve para isso, para que os bebês não arranquem os dispositivos. O que evita a manipulação em excesso”, diz.
Para estarem de acordo com as normas de higiene e adequados para o tamanho de bebês prematuros, os polvos devem ser feitos com fios 100% algodão e os tentáculos não devem ultrapassar 17 centímetros. Todos eles passam por um processo de lavagem e são esterilizados antes de serem dados aos bebês.
Foto: Divulgação/Maternidade Curitiba
Foto: Divulgação/Maternidade Curitiba
Para maiores também funciona
O efeito terapêutico dos polvos de crochê não serve apenas para recém-nascidos, mas para bebês maiores também. É o que aconteceu com Vinícius, de 7 meses, filho da enfermeira Amanda Bentes Pinheiro, que estava internado no Hospital Nossa Senhora das Graças. Por ser um bebê bem ativo, Amanda estava preocupada que ele retirasse o acesso localizado no pescoço.
Vinícius recebeu o polvo de doação da artesã Viviani Souza (@amigurumisdavivi), após Amanda publicar um relato no Clube da Alice, grupo do Facebook que reúne mais de 300 mil mulheres. “Minha maior intenção era que ele não arrancasse o acesso, mas acabou não dando tempo. Mesmo assim a Viviani trouxe o polvo para mim. Ele gostou bastante, se distraiu muito com os tentáculos e gostou de ficar mordendo a cabeça do polvo”, conta Amanda.
Serviço:
Os polvos de crochê utilizados na Maternidade Curitiba são doados pelo ateliê da designer gráfica Dani Daledonne. Mais informações e compra de polvos de crochê da Dani aqui.
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