Saúde e Bem-Estar

Alérgicos a camarão podem confundir sintomas com intoxicação alimentar

Amanda Milléo
21/01/2018 08:00
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(Foto: Bigstock)

A coceira na língua, inchaço do rosto, especialmente lábios e pálpebras, além das placas avermelhadas pelo corpo não enganam: esses são sinais importantes de uma reação alérgica a algum alimento. No verão, o causador comum é o camarão, que pega desprevenidos novos alérgicos a cada temporada.
Nem sempre se descobre que se é alérgico ao alimento na infância. A idade mais frequente para a alergia surgir, conforme explicam os especialistas, é na fase adulta. E a recomendação, uma vez diagnosticada a condição, é afastar o alimento totalmente da dieta – sem truques.
“Nunca tome um antialérgico antes de comer o camarão, porque não é possível mensurar a força da reação. Muitas pessoas fazem isso, porque o camarão é um alimento que elas gostam bastante, mas não é a recomendação”, explica Ana Paula Moschione Castro, médica alergista do departamento científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) e médica assistente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC/USP).
Também é preciso ficar atento aos sinais e não confundir intoxicação com alergia. “As manifestações mais comuns da alergia são realmente a vermelhidão, a urticária, o edema de lábio, mas às vezes, mesmo sendo alergia, pode ter uma manifestação gástrica. A pessoa pode ter cólica, diarreia e vômito, e não ser uma intoxicação, mas sim a alergia ao alimento”, reforça Maurício Martins, médico dermatologista e alergista da PUCPR e do hospital Marcelino Champagnat.
Quem é alérgico, portanto, deve fugir da iguaria, ressalta o médico.

“Se a pessoa, com o diagnóstico da alergia, continuar comendo camarão, ela vai sensibilizando cada vez mais e isso pode agravar os sintomas. O inchaço que forma no lábio e pálpebra chega ao pescoço, que pode levar a uma asfixia. Se for caracterizada a alergia, o correto é afastar o alimento”.

Intoxicação também acontece

Embora a alergia ao camarão se desencadeie pela reação a uma proteína específica, a tropomiosina, outras substâncias presentes no alimento podem gerar uma intoxicação. No caso, os sulfitos misturados ao camarão para mantê-lo conservado também geram reações adversas.
“Tem vários jeitos de a pessoa passar mal com o camarão. Ela pode se intoxicar, mesmo sem alergia, mas ao comer uma quantidade muito grande, especialmente se associada a bebida alcoólica. A pessoa poderá sentir desconforto e mal estar”, explica a médica. “Se comeu camarão em um dia e passou mal, mas no dia seguinte comeu e não passou, então é pouco provável que seja alergia”, reforça a especialista.
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