A arte vivia um momento de ebulição na virada do século 19 para o século 20. Diversas escolas artísticas surgiram nesse período histórico, com uma característica em comum entre si: o rompimento com as tradições da arte acadêmica, famosa por tentar manter rigorosamente as regras formais e estéticas.
Tanto João Turin quanto Frederico Lange de Morretes puderam ver na Europa o surgimento desses movimentos de ruptura. Quando voltaram ao Brasil, trouxeram na bagagem o que era preciso para serem pioneiros da arte moderna no país e no estado do Paraná.
No caso de Lange, esse movimento de rompimento já vinha de suas primeiras aulas. O artista foi aluno de Alfredo Andersen, reconhecido como o pai da pintura paranaense. Este fato, juntamente com as mudanças que ocorriam nas artes em todo o mundo no final do século 19 e começo do século 20, moldou seu desejo de buscar um estilo próprio.
“O Andersen tinha muito da arte acadêmica, mas também acaba explorando outras possibilidades, e isso acaba passando para seus alunos”, explica o professor de arte Fernando Bini.
“Tanto o Lange quanto o Turin têm em comum essa característica de busca pelo moderno e o rompimento com os padrões estabelecidos”,
resume Bini.
No caso de Turin, o Romantismo e seus movimentos de ruptura tiveram grande impacto em sua produção, levando a mudanças que tornaram seu trabalho único.
“A escultura, assim como a pintura, possui escolas que fogem da arte acadêmica, mais tradicional. João Turin foi impactado pelo Romantismo que conheceu na Europa, bem como pela obra de artistas como Rodin e Antoine-Louis Barye, escultores que trouxeram novas possibilidades para a arte, e acaba trazendo isso para o seu trabalho", explica o professor.
"Ele passa a moldar suas obras com a mão, por exemplo. Se encostamos nas esculturas, é possível sentir suas digitais. Isso dá à obra uma dimensão muito particular”,
completa Bini.
Obra de Lange de Morretes em exposição no Museu Paranaense.
Obra de Alfredo Andersen, professor de Lange de Morretes. Andersen também retratou muitas paisagens paranaenses.
David Bartolomei, João Turin, João Baptista Groff, Doutor de Marco e Lange de Morretes.