Raízes Paranaenses

O que é Paranismo? Entenda o movimento liderado por artistas como João Turin e Lange de Morretes

Bruno Zermiani, especial para Pinó
18/05/2024 09:00
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Rosácea de pinhões, criação de Lange, é um dos símbolos do Paranismo. | Leo Flores

A série Raízes Paranaenses resgata a história e o trabalho de Lange de Morretes e João Turin em seis partes. Ainda não está acompanhando? Comece conhecendo melhor Lange de Morretes e João Turin. Depois, entenda como eles se tornaram pioneiros da modernidade e saiba mais sobre o lado cientista de Lange de Morretes.
A observação da natureza e sua importância para a arte está presente em um dos maiores legados deixados tanto por João Turin quanto por Frederico Lange de Morretes: o movimento Paranista. Isso pode ser visto na essência do movimento que marcou o estado a partir da primeira metade do século 20.
Na busca por uma identidade paranaense que pudesse ser representada na arquitetura, nas roupas, na decoração e em toda a vida paranaense, os dois colegas, juntamente com outros artistas, escritores e jornalistas, voltaram-se aos elementos naturais: pinhões, araucárias, erva-mate, os campos gerais. Tudo o que pudesse passar do mundo natural para o mundo simbólico.
A natureza passa de personagem a elemento formador de um estilo.
“O Turin viu na Europa os animais europeus sendo retratados, elementos da flora sendo utilizados nas colunas gregas e pensou ’Por que não temos nossas próprias colunas, como nossas próprias características?’. Ele traz esse pensamento quando volta para o Brasil e é daí que vem essa vontade de trazer esses elementos naturais típicos do estado para tudo que envolvesse a vida paranaense naquele momento”,
conta a curadora Rafaela Tasca.

O que é o Paranismo?

O Paranismo foi um movimento artístico-cultural que floresceu no Paraná entre as décadas de 1920 e 1930. Guiado por intelectuais e artistas como Romário Martins, Emílio de Menezes, Ernesto de Melo e Castro, entre outros, buscava construir uma identidade regional única para o estado, exaltando suas características naturais, sua história e suas tradições.
Lançada em novembro de 1927 na capital paranaense pelo jornalista e fotógrafo João Baptista Groff, Ilustração Paranaense era o "mensário paranista de arte e atualidades".
Lançada em novembro de 1927 na capital paranaense pelo jornalista e fotógrafo João Baptista Groff, Ilustração Paranaense era o "mensário paranista de arte e atualidades".
Através de obras em escultura, pintura, desenho e decoração, os paranistas expressavam a cultura local e rural, valorizando elementos como o tropeirismo, a religiosidade e a figura do caboclo.
O Paranismo deixou um legado marcante na cultura paranaense, influenciando gerações de artistas.
“Movimentos como o Paranismo impactam em toda a difusão urbana de uma cidade, e muitas vezes nem percebemos. Claro, a arte é universal, mas é importante também esse movimento de conhecer a cidade através de sua arte. A família do Lange conta que quando passam pelo centro de Curitiba um dos netos diz ‘Olha só, é a calçada do vovô!’. Eu acho isso bonito”,
revela Rafaela.
Confira a sexta e última parte da série:

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