Comportamento

Katia Michelle

Grupos em rede social ajudam a economizar na compra do material escolar

Katia Michelle
12/01/2017 15:23
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Na Islândia, criou-se uma tradição peculiar após a restrição de importação na época da Segunda Guerra Mundial: trocam-se livros na noite de Natal e após a ceia, toda a família se reúne para ler. Foto: Bigstock

A compra de material escolar é sempre motivo de dor de cabeça para os pais que percebem o valor dessa despesa aumentar progressivamente a cada ano. Como diz a máxima, porém, é da necessidade que nasce a inventividade, e assim surgem (ou se resgatam) alternativas bastante viáveis para aliviar o peso da compra desse tipo de material. “Antigamente, as crianças herdavam os livros dos irmãos mais velhos. Hoje as famílias são menores e esse costume foi se perdendo”, diz a publicitária Josiane Figueiredo.
Mãe de um menino de 13 anos, ela decidiu resgatar o hábito de aproveitar livros usados quando, há dois anos, se espantou com o tamanho e o preço da lista de material escolar do filho. Promoveu um bazar com as mães da escola particular em que o filho estuda, mas a projeção ainda foi pequena. Assim, ela decidiu pesquisar e encontrou diversos grupos de troca no Facebook. “Fui me inscrevendo em todos e colocando os livros que precisava. Consegui muita doação, até mesmo de uniformes, e tive uma economia considerável”, conta a publicitária.
Para manter os livros em bom estado, ela também lançou mão da criatividade. Levou alguns livros na gráfica e pediu para “refilar” (cortas as bordas) dos exemplares mais usados. Outros ganharam capa nova, de plástico. “Ficam como novos e a gente aproveita também para ter atitudes mais sustentáveis, além de economizar”, enfatiza.
Ela confessa que, a princípio, achou que o filho não ia gostar da atitude, mas ele embarcou na ideia e agora faz questão de cuidar muito bem do material para que outro aluno pssa aproveitar no futuro. “As escolas ensinam valores de sustentabilidade e economia, mas acabam não incentivando a prática com a troca do material” exemplifica.
Iniciativa
Um dos grupos em que Fabiane se inscreveu, o Escambo na Escola Curitiba foi criado pela jornalista Érika Busani justamente com esse objetivo. “Quando peguei a lista de material do meu filho, há dois anos, levei um susto. Dava mais de R$ 1 mil”, lembra. Logo, ela correu atrás de alternativas para tentar reduzir esse custo e criou uma página na internet. Em janeiro mudou a página para um grupo público para ter mais alcance e ajudar mais pessoas a trocar livros e uniformes. O grupo favorece a doação e troca. “Já cheguei a economizar 80% em todo o material escolar do meu filho”, conta a jornalista.
Para ela, se as escolas incentivassem essa prática, certamente a economia seria ainda maior. No entanto, os pais também devem tomar a iniciativa e  organizar grupos de troca e doação, incitando a sustentabilidade também na hora de utilizar o material escolar. Os alunos também devem ser estimulados a cuidar muito bem do material para que ele possa ser doado ou trocado no próximo ano. “É um desperdício jogar fora todo o material escolar usado em um ano. Há alunos que vão precisar e aproveitar muito bem”, salienta a fundadora do grupo de escambo que a cada dia ganha mais participantes.
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