Consultor de estilo transita da moda à criação de embalagens
Katia Michelle
14/11/2016 14:00
Osvaldo Costa estudou 15 anos na França e agora volta ao Brasil e promove um "intercâmbio de olhares" entre os dois países. Foto: Nayderon Jr.
Pluralidade pode ser uma das características de Osvaldo Costa, mas depois de passar por tantas áreas, ele admite que é um “esteta”. E assim é que sobrevive atualmente. Após passar uma temporada de 15 anos na França, desenhando coleções para estilistas nacionais e internacionais como Paco Rabanne, Stella McCartney e Dior Homme, ele volta ao Brasil para uma temporada em que está “vendendo” o que assimilou durante o tempo que passou estudando e trabalhando. “Estou fazendo uma ponte entre várias instituições da França e do Brasil e vice-versa”, conta.
A experiência fez com que ele fosse convidado para assinar a curadoria das novas embalagens da Jasmine Alimentos. Além disso, ele faz uma parceria inédita com a artista plástica Denise Milan para uma obra de arte gigantesca de concreto que tem uma ametista no centro, para que as pessoas entrem e tenham a sensação de tomar um banho da pedra preciosa, que leva milhões de anos para se formar.
Parece muita coisa em diversas áreas? Mas é assim que ele está realizando o seu trabalho e sobrevivendo no mercado. Uma inspiração para quem estuda tanto e (ainda) não sabe como aplicar tanto conhecimento. Graduado em desenvolvimento de criação de estilo, design e moda em Paris, Osvaldo também foi editor de moda na revista Elle Brasil, colaborador na Vogue e outras publicações de influência em comportamento e estilo do Brasil. Ele esteve em Curitiba na última quarta-feira (9), acompanhando as estilistas Juliana Jabour, Vanda Jacintho e Dani Cury e fazendo curadoria para as clientes da loja Namix. Atualmente, mora em São Paulo.
Especializado em desenvolvimento de coleções de moda e agora em artes plásticas, o stylist já desenhou coleções infantis e adultas e fez até pesquisa de desenvolvimento de tecidos. “Da moda eu mudei para as artes plásticas porque senti que era isso que eu tinha que fazer. É isso que eu amo fazer”, conta. Sua primeira instalação em parceria com Milan vai ter uma edição limitada de cinco peças e ele pretende ingressar ainda mais nesse universo nos próximos anos.
Para ele, essa pluralidade no trabalho é um caminho do mercado de trabalho. “A minha área é a criatividade, então eu exploro a beleza, não importa de qual setor”, diz. Agora, por exemplo, ele também está fazendo curadoria para artista carioca Rosane Franco.
“Eu sou esteta. Eu vendo meu olhar. Minha mãe trabalhou com artes plásticas vendendo obras de Di Cavalcanti e Portinari. Cresci nesse mundo. Esse olhar me ajudou a me formar e é esse olhar que eu vendo”, revela. Osvaldo considera que esse conceito também está diretamente relacionado ao luxo.
“O luxo está ligado ao meu trabalho porque eu trabalho com sonho. Então, se você realiza o sonho de alguém está lidando com o luxo. E o luxo é atemporal. Pode ser uma viagem. Um objeto de arte e até moda. Mas o maior luxo do ser humano é ter consciência e boa virtudes”, conclui o homem que conseguiu vender seu olhar para o mundo.