Moda e beleza

Redação

Fashion Revolution Week chega a Curitiba

Redação
15/04/2016 14:52
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Evento global engaja consumidores contra abusos da indústria da moda, como o acidente que matou mais de 1 mil pessoas em Bangladesh. Foto: divulgação

A partir desta segunda-feira (18), começa a Fashion Revolution Week, movimento que incentiva consumidores de mais de 80 países no mundo a perguntarem: quem fez minhas roupas? A iniciativa surgiu a partir do desastre em Bangladesh, em 2013, quando uma fábrica de roupas para marcas internacionais de renome veio abaixo, matando mais de 1 mil pessoas e ferindo 2,5 mil.
Album Design Hits, loja de rua curitibana, reúne marcas que integram o movimento, sobretudo brasileiras. Foto: divulgação.
Album Design Hits, loja de rua curitibana, reúne marcas que integram o movimento, sobretudo brasileiras. Foto: divulgação.
O objetivo da Fashion Revolution é levar os consumidores a questionarem como são feitas e de onde vêm suas roupas, pressionando as marcas de moda a garantirem um processo de fabricação sem uso de mão-de-obra escrava ou infantil, em condições insalubres e abusivas – e assim evitar outro desastre como o de Bangladesh.
O evento tem especial força na internet, com o uso da hashtag #whomademyclothes, mas ultrapassa a web e os sete dias em que acontece. Marcas como a norte-americana American Apparel têm se denominado “sweatshop free” – ou seja, livres de processos torpes de fabricação. No Brasil, diversos designers de moda seguem esse conceito, como mostram as araras da Album Design Hits.
A loja de rua curitibana faz uma curadoria que inclui apenas com marcas sweatshop free, sobretudo brasileiras. Herchcovitch, Amapô e as paranaenses Mind e Stitch estão entre elas, mostrando que é possível consumir moda de uma forma justa, com diferentes estilos.
Para Gabi Garcez Duarte, proprietária da Album, a qualidade do produto é inerente ao modo como é produzido. “As marcas começaram a perceber isso e a valorizar suas costureiras, a pesquisa, corte e modelagem, escolha de tecido”, exemplifica Gabi, Mestre em Moda e Cultura (Senac-SP) e professora do curso de moda da PUC-PR.
“As pessoas sofrem com essa ansiedade de ter", diz a designer Francesca Cordova. Foto: Eduardo Macarios/divulgação
“As pessoas sofrem com essa ansiedade de ter", diz a designer Francesca Cordova. Foto: Eduardo Macarios/divulgação
Outra designer de moda curitibana engajada na questão é Francesca Córdova. Adepta do slow design, a vencedora do prêmio de moda Zuzu Angel é exemplo de marca que privilegia qualidade sobre quantidade, adotando um processo de produção artesanal. “As pessoas sofrem com essa ansiedade de ter. Ao mesmo tempo, elas vão abrindo mão daquilo que é importante”, critica sobre o atual modelo de consumo.
Serviço: A Album Design Hits. fica na R. Brigadeiro Franco, 1193 – Loja 1 – Mercês – (41) 3408-0205