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Gazeta do Povo com Folhapress

Os sinais da meningite bacteriana que causou a morte de neto do ex-presidente Lula

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01/03/2019 14:14
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Uma das principais formas de prevenir a infecção pela meningite é através da vacinação. Foto: Bigstock

Arthur Araújo Lula da Silva, neto de sete anos do ex-presidente Lula, morreu nesta sexta-feira (1º), vítima de meningite meningocócica. O neto de Lula deu entrada às 7h20 desta sexta-feira no hospital Bartira, em Santo André (SP), com quadro instável, segundo boletim médico divulgado pela instituição. O quadro, porém, se agravou e o menino morreu às 12h11.
A meningite meningocócica é uma doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis, que gera um processo inflamatório das meninges — membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Além de bactérias, a doença pode ser causada por vírus, fungos ou parasitas e pode levar à morte.   
De acordo com informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Infectologia, as meningites bacterianas são consideradas as mais graves e a do tipo meningocócica tem maior importância pela Saúde Pública devido a sua magnitude, gravidade e potencial de gerar surtos e epidemias.

Sinais da meningite

Entre os sintomas mais frequentes no aparecimento da meningite meningocócica, estão:
Em crianças acima de um ano de idade e adultos:
Febre alta, com início abrupto.
Dor de cabeça intensa e contínua.
Vômitos em jato.
Náuseas.
Rigidez da nuca.
Manchas vermelhas na pele podem surgir, especialmente no caso da meningocócica.
Em crianças antes do primeiro ano:
Moleira tensa ou elevada.
Irritabilidade.
Inquietação com choro agudo e persistente.
Rigidez corporal com ou sem convulsões.
“Nos casos de suspeita de meningite é obrigatório que se realize a coleta do líquido cefalorraquidiano (liquor), pois este exame através da análise das células e das características bioquímicas (quimiocitologia) e da presença de bactérias vistas através da bacterioscopia e cultura poderá ajudar a confirmar ou descartar o diagnóstico”, destaca o site da SBInfectologia.

Prevenção pela vacina

Uma das principais formas de prevenir a infecção pela meningite é através da vacinação. Contra a meningite meningocócica sorotipo B, há uma vacina que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2015 e, desde então, vem sendo aplicada através da rede privada de clínicas, entre R$ 500 a R$ 700.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta, através da cartilha de vacinação, que o imunizante seja aplicado em três doses do terceiro a até o sétimo mês de vida, com reforço entre os 12 e os 15 meses de idade. Já as vacinas contra os sorotipos ACWY são ofertados gratuitamente pelas unidades básicas de saúde.
Em fevereiro deste ano, a Anvisa liberou um novo imunizante contra a mesma infecção. A vacina poderá ser aplicada entre 10 a 25 anos de idade, embora ainda não esteja sendo comercializada.

Sequelas 

A alta letalidade e rapidez com que a doença se instaura – podendo levar à morte em 48 horas – faz com que a prevenção seja a melhor arma no combate. Cerca de 25% dos casos vão a óbito e, dos que sobrevivem, 20% ficam com sequelas, que vão de perda auditiva a falência renal.
A evolução rápida da doença não depende de medicamentos melhores, e o que faz a diferença é a precocidade no tratamento. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores serão as chances.
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