Saúde e Bem-Estar

Rodrigo Batista, especial para a Gazeta do Povo e Marina Mori

Higiene correta evita intoxicações alimentares na praia; veja como se prevenir

Rodrigo Batista, especial para a Gazeta do Povo e Marina Mori
31/12/2017 12:00
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Verificar o aspecto e procedência de alimentos vendidos na praia é uma das medidas de prevenção. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo. | Albari Rosa

Viagens e passeios ao litoral têm como objetivo aproveitar as festas de fim de ano e o verão, o que vem acompanhado de bons pratos típicos e bebidas a vontade. Mas isso pode ser interrompido uma nada agradável intoxicação alimentar, que é bastante comum nessa época do ano.
Em férias, muita gente se esquece de hábitos de higiene que são básicos e, na maioria das vezes, seguidos à risca na rotina do lar mas negligenciados na praia.
Segundo o coordenador-médico do Hospital Cajuru de Curitiba, José Fernando Pereira Rodriguez, os problemas de saúde ocorrem principalmente devido a problemas de armazenamento do que vai ser preparado para as refeições ou levado para a beira do mar. “A quantidade de impurezas em alimentos mal armazenados aumenta o índice de ingestão de substâncias que geram inflamações e irritações no trato digestivo”.
Muito procurados e perecíveis, frutos do mar estão sujeitos a contaminações. Foto: Pixabay.
Muito procurados e perecíveis, frutos do mar estão sujeitos a contaminações. Foto: Pixabay.

Fique atento ao aspecto dos alimentos

Tanto na hora de comprar alimentos prontos na praia como aqueles que preparamos em casa, é melhor prestar atenção na qualidade do que adquirimos. “Veja como está a condição do local em que essa comida é comprada e como os alimentos estão armazenados. Também é importante prestar atenção no odor e aspecto deles, se estão com uma aparência ruim”, explica o médico.
Os veranistas devem observar também o que comem e bebem na orla da praia, como milho verde, espetinhos e caldo de cana, também com relação a armazenamento e manipulação. Se possível, verificar se os locais que vendem comida possuem liberação da Vigilância Sanitária.
Segundo o comerciante Antonio da Silveira, 50, responsável há oito anos pela lanchonete “Quiosque da Praia”, no posto 7 de Guaratuba, o cuidado com o manuseio dos alimentos é criterioso. “A gente trabalha de acordo com a fiscalização, com luva, com boné. Tudo o que a prefeitura pede a gente faz”, explica.
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Quando não usa luvas, ele garante que a higienização das mãos é feita com água, sabão e álcool em gel. E, quem cuida do dinheiro, não encosta na comida. Difícil ser diferente: segundo Silveira, toda semana, durante a alta temporada, fiscais da prefeitura passam de quiosque em quiosque conferindo as instalações.

Pode tomar água da torneira, mas limpe a caixa d’água

Quem vai ao litoral e evita tomar água da torneira ou usá-la para fazer comida por desconfiança, pode ficar tranquilo: a água em é tratada pelas companhias responsáveis como em qualquer outra cidade.
O problema neste caso acontece com a caixa d’água do local onde as pessoas passam a temporada: como as casas ficam fechadas por muito tempo, antes de usar a água é fundamental fazer a limpeza da caixa d’água.
No caso de hotéis e pousadas em que não se sabe as condições de limpeza, é melhor ter atenção. “O que podemos orientar é que não é necessário usar somente água mineral, mas que, eventualmente, pode-se utilizar um filtro para melhorar a qualidade da água da torneira, ou mesmo fervê-la e deixar descansar por um tempo antes de ingerir”, explica.

Higienize as latinhas antes de beber

Latas e também garrafas precisam passar por higienização antes de serem usadas. Foto: Pixabay.
Latas e também garrafas precisam passar por higienização antes de serem usadas. Foto: Pixabay.
Latas de refrigerante, chás, sucos e cerveja precisam passar por higienização antes de serem abertas, conforme orienta o médico. “Assim como os alimentos, esse caso depende da estocagem. Não se sabe se algum animal transmissor de doença possa ter entrado em contato com as latas e garrafas. Se possível, é melhor usar um copo, o que diminui a possibilidade de contágio”, explica.

Se comer muito, evite entrar na água

Entrar na água do mar, ou mesmo da piscina, de barriga cheia não é uma boa ideia, pois podem ocorrer problemas sérios de saúde. Por isso, após uma boa refeição, é melhor esperar algumas horas até que o organismo tenha dado conta da digestão.
“Se a pessoa tem uma alimentação pesada, o organismo desloca uma quantidade de sangue muito grande para o trato digestivo. Se ela vai nadar, o corpo vai precisar de sangue nos músculos, o que resulta em fadiga. Dentro do mar, isso pode causar desmaios e, dependendo do caso, pode levar à morte”, alerta o médico.

Hidrate-se (bebida alcoólica não vale)

Tomar água, suco e chás deve fazer parte da rotina. Foto: Pixabay.
Tomar água, suco e chás deve fazer parte da rotina. Foto: Pixabay.
O momento é de descontração com amigos e com a família, mas o álcool em excesso pode resultar em ganho de peso e desidratação: o que garante um organismo hidratado é a água (ou sucos naturais e chás sem cafeína).
Segundo o médico, a boa hidratação é fundamental seja por causa das altas temperaturas ou em decorrência das caminhadas, pedaladas e natação. “Mesmo que o tempo não esteja com sol, o ambiente é mais ressecado. A hidratação adequada melhora o rendimento em atividades relacionadas ao verão e o metabolismo melhora para que a pessoa tenha disposição”, explica.
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