Saúde e Bem-Estar

Carolina Kirchner Furquim, especial

Depressão sazonal é incomum no Brasil, mas existe

Carolina Kirchner Furquim, especial
29/04/2016 17:46
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Pesquisa mostrou que a prática de atividade física ajuda a proteger contra a depressão. Foto: Bigstock.

A depressão sazonal se caracteriza pelo surgimento de sintomas psíquicos diretamente relacionados à condição climática, tendo como principal fator causal a baixa exposição solar. Também conhecida como “depressão de inverno”, é mais rara no Brasil em comparação a localidades do extremo do globo e países do hemisfério norte, mas não deixa de existir por aqui, em especial nas cidades menos ensolaradas localizadas no sul do Brasil.
Algumas pessoas podem apresentar desconfortos em dias ou épocas nas quais o sol aparece menos e o período de escuridão é maior. “Isso acontece em função do aumento da produção de melatonina e baixa produção de serotonina, dois importantes hormônios para o equilíbrio do organismo”, explica o psiquiatra João Luiz da Fonseca Martins, diretor técnico da Clínica Uniica. A deficiência de vitamina D, manifestada em grande parte da população de Curitiba, por exemplo, também está ligada ao surgimento da doença.
Entre os principais sintomas estão alterações no sono, apetite (o paciente passa a comer mais, em especial alimentos ricos em carboidrato, gordura e açúcar) e humor (tristeza, apatia, falta de disposição e prazer e isolamento social). Além disso, pacientes já diagnosticados com depressão podem sentir uma piora de seus sintomas. “Aqueles com histórico familiar de depressão também estão mais suscetíveis ao surgimento da doença”, continua o médico.
Independentemente do caso, a depressão sazonal precisa de acompanhamento, ainda que a condição seja automaticamente revertida quando há a troca de estação e o sol volta a aparecer com mais frequência. O tratamento típico é feito com fototerapia e consiste na exposição do paciente a raios ultravioletas emitidos pelas mesmas câmaras utilizadas no bronzeamento artificial. Se não surtir efeito, segue-se para a medicação, a mesma prescrita no tratamento da depressão comum.
“Se não tratada corretamente, a tristeza profunda decorrente da depressão sazonal pode evoluir, em casos extremos, ao suicídio“, finaliza Martins.