Comportamento

Da redação

Ganhar “likes” no Facebook dá tanto prazer quanto comer chocolate

Da redação
02/06/2016 09:00
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(Foto: Bigstock)

Depois de observar a reação de adolescentes entre 13 e 18 anos ao avaliarem posts no Facebook, neurocientistas da Universidade da Califórnia chegaram a uma conclusão: ganhar “likes” ativa a mesma área do cérebro que outras atividades prazerosas, como comer chocolate e ganhar dinheiro.
Os pesquisadores observaram a reação dos adolescentes enquanto eles viam fotos na rede social. Os voluntários podiam escolher entre curtir ou não cada uma das imagens. Enquanto isso, as atividades cerebrais deles eram analisadas por ressonância magnética.
Os voluntários prestaram mais atenção nas fotos que tinham mais curtidas e ignoram as que tinham poucas. Foto: Visualhunt
Os voluntários prestaram mais atenção nas fotos que tinham mais curtidas e ignoram as que tinham poucas. Foto: Visualhunt
No entanto, os adolescentes que participaram da pesquisa não estavam navegando em um computador de verdade e sim em um programa que reproduzia a interface do Facebook. Dessa forma, o número de likes podia ser alterado. Entre as imagens, estavam posts dos próprios voluntários e justamente esses posts, com selfies e fotos de família, por exemplo, tiveram a quantidade de curtidas alteradas para um número superior.
Ao se depararem com o número elevado de curtidas, os cientistas notaram um padrão de comportamento. Quando uma postagem tinha mais curtidas, uma região específica do cérebro se destacava na ressonância. O mesmo ponto –  o núcleo accumbens, que fica bem no centro da massa cinzenta – é ativado quando se faz atividades prazerosas, como comer doces.
Para os pesquisadores, a associação ajuda a entender por que o Facebook é tão viciante. Também chamou a atenção o fato de que um post mais “curtido” sugestiona que o material ganhe ainda mais “likes”.
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A mesma foto foi mostrada para as duas equipes, por exemplo. Só que para uma delas, a imagem tinha mais curtidas e para outra um número menor. A que tinha mais curtidas, ganhou mais atenção dos voluntários e recebeu outro “like”, o que sugere que os jovens tendem a gostar de conteúdos que sejam mais populares, mesmo que postado por pessoas desconhecidas.
A pesquisa corrobora ainda mais a tese de que é preciso ficar de olho no que os jovens postam e curtem  e que, apesar de ser prazeroso, a busca desmedida por “likes” nem sempre é saudável. Melhor comer um chocolate.