Moda e beleza

Camille Bropp Cardoso

7 dicas para saber se a limpeza de pele é bem feita

Camille Bropp Cardoso
23/04/2015 17:26
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(Foto: Bigstock)

Pele hidratada e macia, apesar de um tanto descamada e sensível? Ou pele inchada e dolorida? Foi-se o tempo em que a clientela poderia associar limpeza de pele bem feita ao segundo cenário.
Perfeito para reduzir cravos e milium (cistos de pele morta que formam “bolinhas”), o procedimento também tem especificidades e exigências. Conheça abaixo o que esperar da limpeza de pele profissional.
1) Não foram prometidos mundos e fundos
A limpeza não minimiza manchas, como muita gente acredita. Imagem: Bigstock
A limpeza não minimiza manchas, como muita gente acredita. Imagem: Bigstock
Mesmo tão tradicional, a limpeza de pele nem sempre é compreendida como o que é: uma retirada profunda de impurezas da pele. Ela não deixa a pele mais clara e nem tem efeito duradouro, sendo um tratamento a longo prazo. Parece pouco para quem tem grandes expectativas, mas não é. “Com a pele limpa, todos os tratamentos funcionam melhor, a absorção dos cremes é facilitada”, explica a professora de estética facial do curso de Estética e Cosmetologia do Centro Tecnológico Positivo Andreia Bonjorno.
A limpeza diária da pele com sabonete, de dia e à noite, seguida de tônicos ou adstringentes, fora o uso eventual de máscaras purificantes, como as de argila, ajudam a espaçar a periodicidade da limpeza profunda, mas não a substituem. O ideal é fazer o procedimento a cada quatro meses ou mensalmente, no caso de peles oleosas ou que encaram muitos cosméticos diariamente. Alguns deles são potencialmente mais “entupidores”, caso do filtro solar e da maquiagem.
2) Conhecer o tipo de pele
O primeiro (bom) passo do procedimento é o esteticista se preocupar em saber o máximo possível sobre a pele e os hábitos do cliente. Para isso, deve fazer várias perguntas: sobre os tipos de produtos que ele usa, se já fez tratamento de pele, se já teve reações alérgicas. A avaliação precisa é necessária para que tipos difíceis de pele sejam identificados.
Alguns centros de estética oferecem avaliações computadorizadas para facilitar essa etapa. É o caso do Expert Beauty Center, que faz a análise gratuita com aparelho de diagnóstico 3D. A máquina mede nível de hidratação e fototipo, além de mapear imperfeições, como comedões e cravos. “O aparelho ajuda porque muitas clientes acreditam, por exemplo, que não precisam de hidratação porque têm a pele oleosa, mas com a análise constatamos que o nível de hidratação está baixíssimo”, diz Christiane Souza, proprietária do centro.
3) Explicar tudo tintim por tintim
Bons profissionais e centros não se preocupam em responder às perguntas de clientes. Ao contrário, até se antecipam, explicando etapas e apresentando os produtos que vão usar. “O cliente tem que saber tudo o que está sendo passado no seu rosto, é o mínimo. É um fator de confiança a esteticista explicar antes o que será feito”, conta Giselle Pirih, coordenadora da Vigilância Sanitária de Curitiba. “Até produtos fracionados precisam de rótulo. Potes brancos que não permitem saber o que tem dentro estão errados”.
A operação mais recente do órgão, em 2012, constatou que produtos com prazo de validade expirado (de cosméticos a seringas) e sem identificação estão entre as irregularidades mais comuns encontradas em clínicas de estética. Giselle salienta que até estabelecimentos com alvará sanitário podem cometer erros. “A vigilância não pode ficar todo o tempo dentro das clínicas. A melhor fiscalização é a que tem a ajuda do cidadão”, diz. Em Curitiba, a situação pode ser denunciada pelo 156.
4) Limpeza típica de hospital
Esteticistas precisam usar luvas cirúrgicas. Imagem: Morgue File.
Esteticistas precisam usar luvas cirúrgicas. Imagem: Morgue File.
A limpeza de pele não é um procedimento invasivo, mas as clínicas precisam seguir uma série de regras sanitárias. São obrigatórios: diversos tipos de lixo, lençóis e materiais descartáveis (abertos de preferência na frente do cliente). A esteticista precisa usar luvas e máscara.
5) Não pular etapas
A máscara é, em geral, o passo final da limpeza de pele. Imagem: Bigstock
A máscara é, em geral, o passo final da limpeza de pele. Imagem: Bigstock
“A limpeza de pele tem uma sequência lógica que não pode ser quebrada”, explica Andreia Bonjorno. Primeiro, é preciso remover cuidadosamente a maquiagem do rosto e do pescoço, em geral com leite de limpeza. Depois, é usado sabonete para uma limpeza mais profunda — que pode ou não fazer espuma. O passo seguinte é a esfoliação, para deixar a pele mais fina. “Algumas clínicas usam produtos com grãos. Outras fazem esfoliações mecânicas ou usam cosméticos com ácidos ou cremes. De qualquer forma, o cliente sentirá uma certa fricção da pele”. Depois da esfoliação, é hora do tônico para regular o pH da pele.
O produto seguinte é um creme emoliente, que servirá para amolecer os pontos que serão extraídos. “Para fazer com que o produto penetre, é usada máscara térmica ou fator de ozônio por cerca de 15 minutos”. Depois vem a extração, manual ou por sucção. Caso o cliente não esteja acostumado com a clínica, é bom pedir para evitar agulhas. Terminada a extração, é indicado o uso de alta frequência. “Ela cauteriza pontos que foram abertos ou feridos e tem ação bactericida. O gás ozônio tem cheiro de metal e causa choquinhos”.  O fim fica a cargo da necessidade de pele. Em geral, é aplicada uma máscara calmante, hidratante ou secativa.
6) Demorar
Limpeza de pele bem feita não dura apenas meia hora, avalia Christiane Souza. “É impossível. Meia hora é só o tempo das máscaras aplicadas no rosto”. Ela costuma pedir aos clientes que reservem cerca de duas horas para o procedimento, em especial se é a primeira vez.
7) Não dói nem incha por dias
Esqueça a ideia de que limpeza bem feita dói por dias seguidos. Os esteticistas não podem mexer em pústulas (acne inflamada), portanto qualquer inflamação duradoura depois da limpeza de pele é suspeita. “Infecção é sinal de que o procedimento e produto poderiam estar contaminados, ou mesmo que um produto foi reutilizado”, conta Giselle Pirih.
Ela ressalta que a vigilância pode ser avisada caso o cliente tenha esses sintomas cerca de uma semana depois de se submeter ao procedimento. “Pode ter relação ou não, mas se não verificarmos nunca saberemos”, argumenta.
O certo é a pele ficar sensibilizada e, às vezes, ter alguma descamação. Mas não é normal coceira e dores persistentes, ou hematomas.