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Marca carioca Maria Filó é acusada de racismo

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14/10/2016 18:10
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Estampa da coleção Pindorama. Foto: Reprodução.

A marca carioca Maria Filó se envolveu em mais uma polêmica. Nesta sexta-feira (14), a pesquisadora Tâmara Isaac escreveu um relato em seu Facebook mostrando-se indignada com a estampa de uma peça que traz a imagem de uma escrava servindo uma sinhá. “Hoje, fui procurar umas blusinhas bacanas para comprar e entrei na loja da Maria Filó… Começo a olhar as roupas e me pergunto: Confere? É uma estampa de escravas entre palmeiras. É uma escrava com um filho nas costas servindo uma branca?”, escreveu Tâmara. A publicação já conta com 6 mil curtidas e 759 compartilhamentos. No post, a pesquisadora conclui que a estampa que retrata a escravidão é de mau gosto e racista.
A pesquisadora e a estampa polêmica. Foto: Reprodução.
A pesquisadora e a estampa polêmica. Foto: Reprodução.
Defesa
Em comunicado, a marca afirmou que o desenho foi inspirado na obra do artista francês Jean-Baptiste Debret e que a peça com o print, que já não está mais no site, será tirada de circulação: “A Maria Filó esclarece que a estampa em questão buscou inspiração na obra de Debret. Em nenhum momento houve a intenção de ofender. A marca pede desculpas e informa que já está tomando providências para que a estampa seja retirada das lojas”.
Outra polêmica
No ano passado, em setembro, o consumidor Diogo Saddock publicou em seu perfil no Facebook um relato sobre um incidente envolvendo sua esposa, Mariana Duarte, e o diretor da marca de roupas femininas Maria Filó, Alberto Osório. Segundo Diogo, Mariana, que trabalha como vendedora em uma das lojas da marca no Rio de Janeiro, está grávida de oito meses e teria sido ofendida pelo diretor da empresa. Osório visitava a loja onde Mariana trabalha e disse que “em breve vou mandar todas vocês mulheres embora e contratar somente gays porque eles não engravidam”, ao se dirigir ao único homem da equipe de vendas.
O desabafo de Saddock gerou uma série de reações na página da Maria Filó no Facebook. A maioria acusava a marca de misógina, machista e condenava as palavras do diretor à vendedora. Muitas mulheres afirmavam que não seriam mais clientes de uma marca que desvaloriza as mulheres. Em nota oficial, a marca lamentou o ocorrido e afirmou que “na intenção de descontrair sua visita à loja da Galeria Forum Ipanema e no tom brincalhão pelo qual é conhecido na empresa, nosso diretor Alberto Osório fez um comentário considerado inadequado”.
O documento dizia que “somos uma empresa feita para mulheres e por mulheres em sua grande maioria. 83% dos trabalhadores da Maria Filó são do sexo feminino. Temos muito orgulho de apoiar nossas funcionárias, em qualquer contexto e participar do crescimento de uma série de famílias”.