Saúde e Bem-Estar

Estadão Conteúdo e Carolina Furquim, especial para Gazeta do Povo

Bruna Marquezine confirma plástica no nariz; veja os riscos da rinoplastia e outras técnicas

Estadão Conteúdo e Carolina Furquim, especial para Gazeta do Povo
23/07/2018 16:56
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Bruna realizou a rinoplastia estruturada, considerada hoje a técnica mais avançada. Foto: Raquel Cunha/Globo. | Raquel Cunha

Depois de muito tempo evitando polêmica, a atriz Bruna Marquezine confirmou que realizou plástica no nariz. Apesar de nunca ter se pronunciado sobre o assunto, os fãs da atriz na internet especulavam sobre o procedimento.
Na madrugada desta segunda-feira, 23, um perfil de notícias sobre famosos postou uma comparação entre duas fotos de Bruna, escrito: “Bruna jura que não fez plástica no nariz, mas ficou ótimo”. A atriz, então, rebateu nos comentários: “Nunca neguei, só disse que não achava relevante falar do assunto na época (ficou mara mesmo)”.
Bruna realizou a rinoplastia estruturada com Volney Pitombo, médico que já realizou cirurgias plásticas em outros artistas como Débora Bloch e Tatá Werneck.
O que é o procedimento?
A especialidade de cirurgia plástica representa um campo em franca e constante expansão. As atualizações científicas nessa área vão muito além de procedimentos e suas técnicas, envolvendo também novos conhecimentos sobre o comportamento da pele, da musculatura e da cartilagem.
Esse progresso influencia nas técnicas de reposicionamento das estruturas e tecidos e leva à adoção de condutas mais específicas e eficazes para cada caso. Os resultados? “Procedimentos menos traumáticos, agressivos e de menor duração, cirurgias refinadas, mudanças no modo de tratar, nos planos de dissecção, descolamento e tração e até mesmo nas substâncias usadas na cirurgia”, enumera Renato da Silva Freitas, cirurgião plástico e presidente da Regional Paraná da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP-PR).

Rinoplastia

Plastic surgeon preparing for operation on woman face
Plastic surgeon preparing for operation on woman face
inúmeras opções e técnicas para a cirurgia plástica do nariz, mas a mais consagrada e moderna é conhecida como rinoplastia estruturada. Segundo o cirurgião plástico Luiz Roberto Araujo, membro titular da SBCP, da ISAPS, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e mestre em Cirurgia pelo Instituto de Pesquisas Médicas da faculdade Evangélica do Paraná, a rinoplastia estruturada aberta preserva com mais precisão o esqueleto ósseo e cartilaginoso do nariz sob visão direta, ou seja, o cirurgião consegue ver todas as estruturas nasais e seus defeitos.
“Não há fórmula, cada caso deve ser realizado de acordo com a anatomia e sintomas do paciente. O esqueleto nasal deve ser esculpido de forma precisa e reforçado com pontos de fixação e enxertos (pedaços de cartilagem) para reconstruir ou preservar a função respiratória e o aspecto estético desejado”, comenta ele.
A rinoplastia evoluiu de um procedimento redutivo para uma abordagem mais eficaz. A ênfase mais moderna foca no reposicionamento, aumento e reestruturação da anatomia nasal para criar um nariz o mais natural e funcional possível. “Essa técnica permite que se obtenha uma mudança permanente no formato nasal que não ficará sujeita a alterações ao longo do tempo ou em função da cicatrização”, diz. Outra vantagem? A rinoplastia estruturada, que comumente exige anestesia geral, pode ser realizada também associando-se anestesia local e sedação.

O efeito psicológico das intervenções

É bem verdade que os efeitos da cirurgia plástica transpõem a questão do viés estético e afetam diretamente o psicológico do paciente, para o bem e para o mal. Um estudo divulgado em
2016 buscou verificar a eficácia, a longo prazo, da cirurgia estética na melhoria das questões psicológicas – algo que até então não estava confirmado. Os resultados foram publicados na revista científica Clinical Psychological Science, editada pela Association for Psychological Science (APS).
Foto: Bigstock.
Foto: Bigstock.
Uma equipe de cientistas investigou, em longo prazo, os efeitos em 550 pacientes submetidos a cirurgias estéticas, para verificar se eles entendiam os limites e possibilidades das intervenções. As análises se debruçaram sobre questões como “esses pacientes são sistematicamente diferentes de outras pessoas?”; “quem metas foram estabelecidas para si mesmos antes da cirurgia?” e “que metas foram alcançadas depois do procedimento?”.
Além dos pacientes-alvo da pesquisa, os cientistas também pesquisaram outros dois grupos para formar a base comparativa: 264 pessoas que desistiram de procedimentos estéticos, apesar do desejo; e outras mil da população geral que nunca se interessaram pelo tema.
O que se verificou foi que as mulheres representam 87% de todos os pacientes que optam pela cirurgia plástica. De modo geral, não houve diferenças significativas entre os três grupos estudados
quanto a variáveis psicológicas (saúde mental, satisfação com a vida e níveis de depressão). Outro dado relevante é que a maioria dos pacientes não espera o impossível de uma cirurgia, ainda que 12% deles tenham respondido positivamente para questões irrealistas como “todos os meus problemas serão resolvidos” e “eu serei uma pessoa completamente nova”.

A longo prazo

Um semestre e um ano mais tarde, os mesmos pacientes foram pesquisados. Em média, confirmaram ter alcançado o objetivo desejado ao se sentirem mais saudáveis, atraentes e menos ansiosos. Sem efeitos adversos observados, os pesquisadores foram capazes de estabelecer um nível elevado para a média de sucesso do tratamento da cirurgia plástica para a manutenção ou melhoria das características psicológicas.
Isso não significa, porém, que todas as pessoas são boas candidatas às intervenções. Segundo os cientistas, conversar com o médico, expor as expectativas e, acima de tudo, estar ciente dos riscos envolvidos em todo e qualquer procedimento é conduta obrigatória. Em casos mais extremos, especialmente aqueles de busca incessante, é sempre importante verificar se não há algum transtorno psicológico associado.
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