Saúde e Bem-Estar

Da redação

Estudo revela relação biológica entre obesidade e depressão

Da redação
30/12/2015 09:00
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(Foto: VisualHunt)

Depressão e obesidade podem ter um fator em comum muito importante, de acordo com novos estudos. Pessoas acometidas tanto pela depressão quanto pela obesidade apresentam um aumento nos marcadores inflamatórios no sangue. Os estudos atuais têm tentado entender de que forma esse desajuste imunológico poderia contribuir no surgimento – ou mesmo na manutenção – das duas doenças crônicas, e como elas poderiam se relacionar.
No paciente com depressão, de acordo com Kalil Duailibi, professor do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Santo Amaro (Unisa), acontece uma ativação das respostas imunoinflamatórias, aumentando o número de glóbulos brancos, células de defesa, por volume de sangue circulante no organismo. Além disso, também acontece uma elevação do PCR, ou a proteína C – reativa, produzida no fígado, que indica uma inflamação no organismo, bem como há um aumento nos níveis sanguíneos de citocinas pró-inflamatórias e seus receptores, entre outras mudanças que indicam uma inflamação.
No caso da obesidade, o tecido adiposo, que antes era visto apenas como um local de reserva de gordura e energia, passou a ser entendido como secretor de várias substâncias importantes, entre elas hormônios e as próprias citocinas pró-inflamatórias. A obesidade, então, passou a ser vista como um estado de inflamação crônica de baixa intensidade.
Relação
Sem a influência inflamatória em comum, as duas doenças se relacionariam apenas por um fator comportamental.
A obesidade levaria a abalos emocionais, baixa autoestima, isolamento social, que poderiam favorecer o surgimento de uma depressão. Da mesma forma, a depressão poderia desencadear distúrbios alimentares, resultando no ganho de peso. No entanto, os estudos mostram que as duas doenças podem ter algo mais biológico em comum.
Tratamentos
O desafio agora, de acordo com os  pesquisadores, é entender se as doenças são causa ou consequência do processo inflamatório. “Esses novos estudos dão nova luz às terapias. Muitos pacientes obesos são tratados apenas clinicamente, sem fazer relação com a depressão.  O que precisamos é tratar o paciente integralmente, com combinação de medicamentos clínicos e psiquiátricos e levando em conta também a prática de atividades físicas, psicoterapia, dieta alimentar, meditação, entre outros fatores”, explica Duailibi.