Saúde e Bem-Estar

Bel Victorio, especial para a Gazeta do Povo

Noite sob pressão

Bel Victorio, especial para a Gazeta do Povo
15/04/2016 22:00
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O controle do açúcar no sangue do diabético precisa ser rígido, inclusive durante a noite. A queda de glicose na madrugada, ou hipoglicemia noturna, é prejudicial à saúde e em casos raros leva à morte. Cuidados são importantes para que ela não ocorra de madrugada:
Leve à risca
Lençol bagunçado
A hipoglicemia é caracterizada por um baixo índice de açúcar (abaixo de 70 mg/dL), acompanhado de sinais como taquicardia, suor e tontura. Quando a hipoglicemia é noturna, o paciente pode ter pesadelos e acordar com os lençóis bagunçados ou manchados, devido à agitação e sudorese. Os casos de morte são raros porque o diabético passa de um sono profundo para um superficial a acaba sendo despertado. Mas se a hipoglicemia for pouco acentuada ou se as crises forem frequentes, o paciente apresentará os sintomas menos intensamente e pode não acordar.
Estômago forrado
Fazer as refeições e tomar a insulina nos horários corretos, além de medir a glicose, estão entre as orientações básicas para evitar o problema. Também se recomenda uma pequena ceia antes de dormir, como um copo de leite ou de iogurte, para restaurar o nível adequado de glicemia no sangue. O diabético que vem tendo crises de hipoglicemia deve evitar fazer exercícios à noite.
Como controlar
A hipoglicemia é mais comum entre quem precisa tomar insulina e nos pacientes de tipo 1. Se o diabético perceber os sinais, provavelmente terá sua insulina trocada, pois alguns tipos de medicação causam mais crises de queda de açúcar do que outros, ou a dosagem reavaliada.
Bomba programada
Também é possível usar ferramentas para deixar o sono mais tranquilo. Uma bomba de insulina pode ser programada para fazer uma infusão pequena de madrugada, ajudando a controlar os níveis de glicose. Outra opção é acoplar um medidor de glicose a um aparelho que acorda o diabético com um disparo sonoro caso o nível de glicose esteja no limite.
Efeitos da crise
Além de tornar mais difícil os próximos diagnósticos de hipoglicemia, a queda de glicose pode levar a crises convulsivas, ao coma e, mais raramente, a danos neurológicos definitivos. Quem tem crises frequentes, por apresentar menos sintomas, pode não acordar para corrigir o nível de açúcar. Como consequência, poderá se sentir pior ao levantar de manhã e ter hipoglicemias mais graves futuramente.
Fontes: endocrinologistas João Eduardo Salles, da Sociedade Brasileira de Diabete, e Ana Cristina Ravazzani, do Hospital Marcelino Champagnat.