Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Copa do mundo: os remédios que não existem na Rússia ou são muito diferentes por lá

Amanda Milléo
09/06/2018 13:00
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(Foto: Bigstock)

Se for à Rússia para a Copa do Mundo de 2018, a recomendação dos médicos e farmacêuticos é clara: leve a própria farmácia. Isso porque, no país do Kremlin, os medicamentos podem ter nomes comerciais completamente diferentes, com princípios ativos genéricos ou em termos irreconhecíveis pelos falantes de idiomas latinos.
Para evitar o desgaste, e não precisar confiar apenas no Google Tradutor, converse com os médicos sobre os fármacos de que faz uso contínuo e peça por receitas médicas em inglês – o idioma oficial da Medicina em todo o planeta.

“É preciso lembrar que, quem está no aeroporto não é médico, é polícia. Pode desconfiar se aquele comprimido é um remédio ou uma droga. Se estiver na embalagem original e com a receita, aumenta a chance de que o turista passe sem muitos questionamentos”, orienta Jaime Rocha, médico infectologista da Unimed Curitiba, especialista em Medicina do Viajante e professor de Medicina da PUCPR.

Na Rússia, de acordo com Rocha, não há uma política muito severa e restrita com relação aos medicamentos, mas caso o turista faça uma escala em países do Leste Europeu ou da Ásia, algumas complicações podem surgir.
“Levar nota fiscal do medicamento comprado não tem necessidade, a não ser que seja uma grande quantidade do remédio, por um período longo de estadia no país. Mas levar a receita facilita, para não se caracterizar uma automedicação“, reforça o especialista.

E se eu quiser comprar um remédio na Rússia?

Mesmo que você saiba de cor os nomes comerciais dos remédios no Brasil, esses não serão os mesmos que você vai encontrar na Rússia na maioria das vezes. Nomes diferentes, associada à dificuldade do idioma, são complicadores na hora de adquirir um medicamento em outro país.
“O laboratório responsável pelo medicamento traça estratégias se quer comercializar o medicamento em vários países com a mesma marca ou com uma diferente. Por exemplo, o Viagra. Em grande parte do mundo é conhecido pelo mesmo nome. Mas, se o laboratório quiser, pode comercializar com outro bem diferente”, explica Jackson Rapkiewicz, gerente técnico-científico do Conselho Regional de Farmácia – seção Paraná (CRF-PR).
Da mesma forma, remédios que podem ser comprados sem necessidade de receita médica no Brasil podem precisar do documento lá fora. “Além disso, a receita vale dentro do território de jurisdição. Uma receita do Brasil pode não ser aceita, a princípio, em outros países, especialmente em se tratando de remédios controlados. Na receita é preciso ter o nome do paciente, do profissional médico e, enquanto aqui você confirma os dados facilmente, isso não é tão fácil na Rússia”, reforça Rapkiewicz.

Atenção, diabéticos!

Existem medicamentos, especialmente os injetáveis – como a insulina entre os diabéticos -, que não podem ser despachados em viagens de avião. Isso porque a temperatura do compartimento de bagagens não se mantém estável durante toda a viagem, e o remédio pode congelar.
“No caso da insulina, caso ela congele:, mesmo que depois ela descongele e pareça límpida, não funcionará mais. O paciente corre o risco de fazer uso de uma insulina que não terá mais eficácia”, explica Jaime Rocha.
Quem for viajar portando medicamentos injetáveis, como a insulina, precisa levar uma declaração médica, obrigatoriamente, e notificar com antecedência a companhia aérea. “E essa notificação não pode ser feita no dia do embarque. A pessoa vai precisar passar pelos trâmites do aeroporto com uma seringa, então precisa notificar previamente”, reforça Rocha.
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